Nuno Tiago Pinto
Diretor-executivo da 'Sábado'Paulo Galvão tinha 63 anos. Reformado, vivia com a mãe, Emília, de 92, no bairro lisboeta de Santos ao Rego. Costumava fazer compras no supermercado da zona, beber um copo no café mais próximo e passava horas à janela a fumar e a ver quem passava. De vez em quando talvez metesse conversa. Pagava a renda a horas e cuidava da mãe, acamada há tempo suficiente para os vizinhos não se lembrarem quanto. Era visto diariamente. Até que há semanas deixou de o ser. Os estores da janela onde fumava não voltaram a levantar-se, Paulo deixou de ir ao café e ao supermercado, e de falar com os vizinhos sobre os tempos em que andava embarcado. Durante semanas ninguém o procurou. Só quando a renda não foi paga e os responsáveis pela cobrança se dirigiram ao andar onde Paulo e Emília viviam é que estranharam o cheiro intenso. Os seus corpos estavam em decomposição. Ele morreu primeiro. Sem assistência, ela faleceu não se sabe quando. Ficou ali a morrer, sozinha, à fome, sede e frio, junto ao cadáver do filho, enquanto no prédio e nos edifícios em redor a vida decorria normalmente, indiferente. As autoridades dizem que eles não estavam referenciados. Não devia ser preciso. Bastava alguém estar atento.
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