Da janela de Fernando, hoje fugido à justiça, arrastando atrás de si pais, mulher e três filhas, vemos o "sonho de Abril". E interrogamo-nos se os nossos lutaram por isto: por guetos, vidas desfeitas, tiros nas janelas.
Num bairro sem história e sem vida há portas estroncadas e crianças perdidas. Não há futuro e o sonho de Abril está demasiado lá atrás. Aqui sempre houve tiros e depois de todos irmos embora continuará a haver.
E já não haverá a barbearia do Pina, o único espaço onde muitas crianças podiam sonhar.
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O que é inadmissível não é só a falha do sistema, mas como a dignidade de Umo Cani foi destruída.
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Hoje, ao ver figuras como André Ventura clamar por um “Salazar moderno”, somos lembrados do perigo de reescrever a história.
O que parece um processo democrático é, na prática, uma aritmética distorcida.
Juízes, com os seus rituais solenes, mantiveram a condescendência.
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