Pondo de lado o facto de o congresso do Chega ter sido um fartote de propostas não realizáveis, colocadas algures entre a ilusão e a mentira, sobra uma questão relevante. Num País que enfrenta graves problemas de integridade, que tem cifras negras de corrupção significativas, que preza a informalidade, o facilitismo e o amiguismo, onde os partidos históricos não têm hoje um discurso e uma prática consequentes no combate à corrupção, onde aos líderes de PS e PSD não se lhes conhece uma ideia sobre o tema, num País destes, entregar o discurso do combate à corrupção a André Ventura é um enorme risco. Não será pelo perigo de ver, um dia, Ventura a aplicar tais ideias no poder. Será, sobretudo, pela insidiosa diabolização do tema que tal omissão de PS e PSD comporta. Quanto mais Ventura for deixado sozinho no púlpito a clamar contra a corrupção mais o tema ficará contaminado de sarna. Ninguém lhe pega porque é populista. Dá jeito, quando se tem a corrupção, a cunha, instaladas nos ministérios, direções-gerais e autarquias. Por este caminho, mesmo vendendo ilusões e abraçando vira-casacas, Ventura está a receber de borla um enorme quinhão de poder e votos. Com culpas à direita e à esquerda.
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