"O perfil do próximo Presidente pode contribuir para acelerar o ciclo eleitoral"

Esta semana há barómetro da Intercampus, e isso está a ser aguardado com a habitual ansiedade por parte da classe política, que já começou aquele movimento habitual nestas ocasiões, que é tentar saber os resultados antes dos outros, sempre sem qualquer sucesso nem efeito prático. Trata-se de um estudo que deve ser lido com atenção redobrada, porque apanha já a parte considerável dos debates, que, entretanto, caminham para o fim, faltando, porém, dois dos principais, no triângulo entre Ventura, Marques Mendes e Gouveia e Melo. Este ano, como já tínhamos todos intuído quando a pré-campanha acelerou, a quadra do Natal vai ser relevante para que muitos indecisos definam o seu voto. As conversas de família serão um momento relevante para fixar preferências. Ora, manter presença, sobretudo nas televisões, durante esta fase natalícia, vai ser um desafio interessante para os políticos, porque nesses dias costuma haver pouca apetência para a política, mas vai ser preciso marcar presença na agenda para continuar nos pensamentos dos potenciais eleitores. Este ano, as presidenciais são diferentes, porque não há um dono das eleições, um favorito evidente, como, em geral, tem havido. Além disso, gerou-se um certo clima de instabilidade política por causa das leis laborais, pelo que a escolha do ocupante do palácio pode acelerar os ciclos eleitorais, ou, pelo contrário, tranquilizar o ambiente.