Reginald Wexford acompanhou muitos anos da minha vida, página a página, através dos livros de Ruth Rendell, a sua criadora; ele não era apenas um Chief Inspector, CI, aparentemente pouco determinado, intuitivo, razoável, às vezes demasiado tolerante – Rendell deu-lhe vida própria, intensidade, ambiente familiar (uma esposa ainda mais razoável, Dora, e duas filhas, Sheila e Sylvia, de feitios muito diferentes).
Nos seus livros, mais de trinta (distribuídos por romances "de enigma", policiais da "série Wexford" ou assinados por Barbara Vine), não existe felicidade humana inquestionável; o mundo não é um sítio aprazível – e o inspetor Wexford é um pessimista incorrigível, a meio caminho entre o cético e o subitamente amável.
Ruth Rendell (1930-2015), que morreu este fim de semana, deu corpo e vulnerabilidade a tudo isso.
Citação do dia
"Por vezes é colocada demasiada ênfase na necessidade de um artista se reinventar"
Mr. Brown, no blogue Os Comediantes
Sugestão do dia
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