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Em Inglaterra, a modelo transgénero Munroe Bergdorf sustentou que “já não se pode dizer que estamos a caminho do fascismo, porque o fascismo já está aqui”. Pensei que o governo britânico tinha feito mais uma coisa tolinha. Não; tratava-se de uma resposta à escritora JK Rowling que, dias antes, escrevera uma piada sobre o facto de a revista ‘Glamour’ ter escolhido nove homens trans como “mulheres do ano”. Na capa da ‘Glamour’, os modelos envergam t-shirts com a mensagem “protect the dolls” (“protejam as bonecas”). O que disse JK Rowling? “Antes, as revistas femininas diziam às raparigas que elas tinham de ser mais magras e bonitas. Agora, dizem-lhes que os homens são melhores mulheres do que elas.” Duas frases apenas – e o fascismo avança como uma tarântula. Basicamente, uma mulher tem de fazer prova de que é mulher, como na distopia de Margaret Atwood, e não um simples “ser que menstrua”; a um homem trans basta requisitar a sua identidade de “doll” e já pode participar em desportos femininos e ser “mulher do ano”.