Carlos Anjos
Presidente da Comissão de Proteção de Vítimas de CrimesO crime ocorrido no Montijo, onde um cidadão com uma vida normal, bem integrado na sociedade, de um momento para o outro, num ato de perfeita loucura, mata duas pessoas a tiro, o sócio e o filho deste. Este crime, ocorrido entre estas pessoas, era inimaginável para todos, inclusive para os envolvidos. Mas é o crime do homem comum, o crime que ocorria no Portugal profundo, onde se matava pelas extremas de um terreno, pelo curso de um regato de água ou pelo direito de passagem de um caminho privado. Pessoas, muitas vezes familiares, com relações de enorme proximidade, por um desacordo quanto à propriedade, matam de uma forma bárbara e violenta. Agora aconteceu no Montijo, às portas de Lisboa. Dois sócios de um restaurante, discordam quanto às contas do mesmo. Um entende que o outro o está a enganar. Concordam em desfazer a sociedade, mas não chegam a acordo no valor a pagar ao que sai. Perante esta discordância, e por uma questão de honra, e por não querer ficar associado a uma eventual falência e a dívidas futuras, cega e decide matar o sócio. Por azar o filho do sócio está com ele e é também abatido. Este é o crime do homem comum, crime que infelizmente, pode ser cometido pelo nosso melhor amigo, pelo nosso sócio, pelo nosso vizinho. A imprevisibilidade da vida.
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Este é o crime do homem comum, crime que infelizmente, pode ser cometido pelo nosso melhor amigo.
Não pode haver contemplações e muito menos desculpas para este tipo de comportamentos.
Tudo isto cheira a mais uma tentativa para bloquear o julgamento.
Uma abordagem no mar ou no rio, é muito mais difícil que uma abordagem em terra.
A raiz deste mal está instalada há muito na nossa sociedade e nada se fez para a parar.
Este tipo de crimes, a horas tardias e na sequência de discussões estúpidas, sempre existiu e é impossível de prever.
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