Depois de ler o livro de Saraiva, compreendi um pouco melhor a tentativa de menorizar intelectualmente a obra e acantoná-la na prateleira das irrelevâncias, manobra essa em que uma certa elite partidária, financeira e até intelectual tem sido muito ativa.
O livro é um retrato devastador dos meandros do poder lisboeta, no período histórico que vai dos finais do século XX até aos nossos dias. Saraiva dá testemunho direto da maleabilidade dos códigos éticos dos decisores, da cínica rede informal que tem perpetuado a mediocridade do poder, e até dos ambientes, umas vezes pícaros, outras vezes faustosos, em que tudo se processa.
‘Eu e os Políticos’ é uma contribuição fundamental para a História que se há de fazer de grandes negócios e de fundamentais decisões de Estado que contribuíram para formatar o país que somos nestas últimas décadas.
Salvaguardadas as devidas distâncias, ‘Eu e os Políticos’ faz lembrar ‘Os Maias’ na radiografia que tira à sociedade portuguesa e a algumas personalidades fundamentais da nossa vida coletiva, com a diferença de que, enquanto Eça recorreu à ficção, Saraiva manuseia a realidade.
Reduzir a obra do antigo diretor do ‘Expresso’ a um "livro de mexericos" só é possível a quem não o leu, ou a quem quer subir na classificação do campeonato nacional da maledicência. Ou então a quem sabe muito bem o perigo que dali vem. Obrigado, José António Saraiva.
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