Outro dia soube que ia fechar o Café Gijón, em Madrid, e isso foi uma seta direta ao coração - porque foi lá que vi pela primeira vez aquele cavalheiro de voz tonitruante, com ares de ser o dono do mundo (e era de boa parte, porque escrevia como um trovão), chamado Camilo José Cela. No dia seguinte apareceu aqueloutro, de cabelo meio penteado para trás, como uma esfinge (madrilena, tinha de ser), Francisco Umbral - ele iria escrever uma das colunas diárias mais famosas de Espanha, e um livro sobre literatura, ‘As Ligas de Madame Bovary’, que me parecia sempre um manual de espadachim, pese certos exageros. Eu ia a Madrid (de comboio, a noite toda) e ia ao Café Gijón ver como paravam as celebridades da grande capital. Era (e sou) meio bilingue. Madrid era aquela cidade cheia de jornais, livros, livrarias, fumo de tabaco negro, brandy, vozes - e no Gijón vivia parte dessa fauna tremenda.
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