O último grande atentado em Espanha tinha sido a 11 de Março de 2004, em Madrid. Uma das suas consequências mais importantes foi a derrota do então primeiro-ministro Aznar, praticamente acusado de ser o autor moral do atentado, ao ter metido a Espanha na guerra do Iraque. Por causa disso, a Espanha ter-se-ia tornado num alvo do terrorismo islâmico.
Agora, o atentado aconteceu na impecavelmente de esquerda cidade de Barcelona. A presidente da câmara vem da esquerda radical e o governo regional tem como programa a independência da Catalunha (o referendo está marcado já para 1 de Outubro), também com apoio da esquerda radical.
Barcelona é a cidade onde se têm repetido ataques ao turismo, às mãos da juventude da Candidatura de Unidade Popular (CUP), que tem três vereadores na câmara e apoia o governo regional no processo de independência. Onde está a agressão da Catalunha e de Barcelona ao mundo islâmico para justificar a realização do atentado?
De resto, se alguma coisa a Catalunha tem feito é apoiar o mundo islâmico. Nos seus sonhos nacionalistas, a Catalunha adoptou desde há anos uma política de imigração favorável aos provenientes de países árabes, em detrimento dos tradicionais imigrantes hispano-falantes.
A ideia é dissolver as ligações linguísticas e até sentimentais dos imigrantes com a ‘hispanidade’ e a Espanha, e criar uma massa multicultural de apoiantes da independência – seriam os ‘novos catalães’ (‘nous catalans’), como lhes chama o governo regional.
Pois parece que um destes ‘nous catalans’ não gostava do espectáculo degradante do turismo de massas que ‘invade’ Barcelona e da imoralidade exibida nas esplanadas das Ramblas e decidiu passar à acção.
A CUP arranjou logo uma desculpa: o atentado foi "fruto das lógicas internacionais do capitalismo". Do capitalismo, não do islamismo.
Boa sorte para a futura Catalunha independente.
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