A nossa extrema-esquerda anda confusa. Sim, engoliu o défice. Sim, engoliu cortes na despesa social. Sim, engoliu vendas de bancos. E, sim, até vai engolir tolerâncias de ponto por causa do Papa. O poder é mesmo o maior dos afrodisíacos. Mas resistir na escolha entre Macron e Le Pen?
Patético. É um facto que o programa da extrema-direita, no seu anti-capitalismo, anti-europeísmo e anti-liberalismo, é o sonho húmido do Bloco. Mas só uma megalomania demente leva os camaradas a pensar que o silêncio beneficia a musa deles. É indiferente o que o Bloco pensa sobre França. Não é indiferente a imagem que passa em Portugal. E, aqui, aconselhava-–se a hipocrisia da praxe: contra o ‘fascismo’, marchar, marchar.
De resto, mesmo que os ‘apoios’ do Bloco contassem para alguma coisa, este ainda não seria o momento para calar o bico. Le Pen precisa de mais 5 anos de decadência e terrorismo para lá chegar.
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Nas próximas presidenciais, e contando com dois mandatos para o próximo inquilino, a abstinência pode chegar aos trinta.
André Ventura não precisa de fazer campanha para as presidenciais.
Eu, no lugar do dr. Pureza, começava desde já a procurar um colete salva-vidas.
Se este cenário se confirmar, não teremos apenas dois nomes ‘anti-sistema’ a disputar o vértice do sistema.
Bem vistas as coisas, as manobras da defesa são favores que José Sócrates nos faz.
Só os ucranianos podem decidir sobre o assunto, não cabendo aos europeus dar a resposta por eles.