As autárquicas já nos parecem pré-história. Mas, na contabilidade dos vencedores e dos derrotados, alguém se esqueceu do Presidente da República. Bem sei: Marcelo Rebelo de Sousa nunca foi um entusiasta de Passos Coelho. E António Costa, na primeira parte do mandato, teve em Belém uma almofada.
Só que a vitória do PS nas autárquicas, e a ‘humilhação’ do PSD, coloca uma questão: será do interesse do Presidente ter um governo a caminho da maioria absoluta?
A pergunta responde-se a si própria: se Costa chegar à maioria, não é apenas a ‘direita’ que afunda. É a influência (e a autoridade) de Marcelo.
No 5 de Outubro, para além das advertências a uma ineficaz segurança interna, o Presidente avisou: ‘não há sucessos eternos nem reveses definitivos’.
Ou muito me engano, ou as autárquicas inauguraram a luta que interessa: entre a maioria que Marcelo tem e a maioria que Costa deseja.
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Nas próximas presidenciais, e contando com dois mandatos para o próximo inquilino, a abstinência pode chegar aos trinta.
André Ventura não precisa de fazer campanha para as presidenciais.
Eu, no lugar do dr. Pureza, começava desde já a procurar um colete salva-vidas.
Se este cenário se confirmar, não teremos apenas dois nomes ‘anti-sistema’ a disputar o vértice do sistema.
Bem vistas as coisas, as manobras da defesa são favores que José Sócrates nos faz.
Só os ucranianos podem decidir sobre o assunto, não cabendo aos europeus dar a resposta por eles.