Como se adivinhava, não há uma única queixa por abuso da licença de amamentação. Pelo contrário, a ACT registou 23 queixas por abusos dos patrões. A ministra do Trabalho abraçou, portanto, um misto de desinformação e demagogia para fazer política. Nada de extraordinário. Costuma ser assim quando um Governo quer passar medidas que prejudicam muita gente e favorecem apenas alguns. Criam uma cortina de fumo para evitar que se discuta tudo o que está em causa. Neste pacote laboral são defendidos alguns dos interesses mais antigos e mesquinhos de uma parte do patronato.
A limitação da licença de amamentação, os direitos no luto gestacional, a precarização total, a supressão de horas extraordinárias, a neutralização preventiva dos tribunais, a redução da força de trabalho a um instrumento da riqueza alheia. É a mesma visão dos velhos senhores da terra e da indústria sobre as empregadas de servir em casa, como se dizia antigamente. São criadas de servir e propriedade da casa. A toda a hora e para todo o serviço. É assim que este Governo olha para os trabalhadores. E se a questão é simples para a esquerda, já para o Chega é um verdadeiro dilema. O seu eleitorado está longe de ser imune a esta onda brutal de precarização e patrimonialização da força de trabalho pelo patronato. Vamos ver se Ventura quer ficar associado a isso.
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