A estupidez e cretinice da censura é uma das marcas do regime que ruiu há 50 anos - e um dos signos do mal. Um dia destes, a jornalista e historiadora Maria José Oliveira publicou no Twitter (ou X) os autos de "destruição pelo fogo" de exemplares da ‘Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica’, de Natália Correia (vários livros seus foram proibidos). Queimar livros, portanto (é disso que se trata), era uma das atribuições do Estado. Estávamos em maio de 1973 e queimaram-se 37 exemplares do livro, além do exemplar que estava apenso ao processo como "prova" - e queimaram-no também. A imagem dos livros na fogueira bastaria, sem ser necessário fazer evocações de outros crimes. São centenas de romances e livros de poesia (cito apenas estes num total de 900) apreendidos e mandados destruir. Torga, Aquilino, Vergílio Ferreira, Urbano, Cardoso Pires, José Régio, Jorge Amado - mas também Tolstoi, Italo Calvino, Faulkner, Colette, Conrad, a lista é infindável. Hoje, pensemos nisso. São 50 anos sem censura.
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