O desenvolvimento da agricultura, pecuária e pescas permitiu nos últimos dois séculos arranjar alimentos para uma população mundial que cresceu de forma considerada por alguns como condenação a morrermos de fome. A realidade alimentar ainda conta muitos milhões de pessoas em grave carência, para vergonha da humanidade, mas a solidariedade e aumento da produtividade agrícola evitaram o desespero. Esta conquista fez-se, contudo, sem benefícios para quem vive na agricultura. Existe uma indiferença inaceitável e uma relação política de costas voltadas. A população das cidades olha os produtos da terra e o labor de quem a trabalha como se legumes e frutas, carne e peixe saíssem de uma linha de montagem. Por isto recordo aqui o trabalho sobre-humano dos ceifeiros que nos anos 50 serviam nas pequenas searas da Beira Baixa. Eles iam de aldeia em aldeia à procura de trabalho, com a sua foice afiada numa pedra milheira e uma pequena panela de ferro preto para fazer de comer porque o ajuste era a seco. Com as noites quentes, dormiam entre a palha nas eiras. As condições de vida eram semelhantes às dos imigrantes a trabalhar nos campos que hoje nos escandalizam. A agricultura melhorou muito mais para quem come do que para quem nela trabalha.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Temos candidatos propensos a tropeçarem nos próprios pés.
País só deve receber na exacta medida da capacidade que tem para integrar
Governo retirou do OE as medidas de políticas públicas.
Saga excursionista pelo Mediterrâneo roubou tempo de antena ao drama real
Rui Rio, um político forjado no sistema, é a nova aquisição da trupe anti-sistema.
Esta quinta-feira deu-se um passo muito importante para resolver a falta de casas.
O Correio da Manhã para quem quer MAIS
Sem
Limites
Sem
POP-UPS
Ofertas e
Descontos