Ser “vítima de violência doméstica” é carregar um peso que não se escolheu. É ser ferida duas vezes: pelo agressor e pela vergonha. Vergonha que não deveria existir, mas que ainda recai sobre quem sofreu. A vítima - quase sempre mulher - não é fraca. A vítima está exausta. Trancada num ciclo de medo, isolamento e dor. Perde-se o chão, a voz, a coragem.
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O Estado hesita, e nessa hesitação perde-se algo essencial: a ideia de que a lei não é decorativa. Porque a Justiça que tarda não é apenas injusta - é perigosa.
Mariana provou que a justiça não é para todos.
Quem é chamado a gerir o que é de todos deve aceitar sem reservas o escrutínio.
Enquanto o debate público insistir na culpa da vítima e não na responsabilidade coletiva, continuaremos a falhar - às mulheres, às crianças e à própria ideia de justiça.
Quando estão em causa políticos, a prioridade deveria ser sempre a clareza, a confiança e a responsabilização.
Quando uma decisão de inconstitucionalidade acontece, o debate devia a ser outro.
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