page view
Tânia Laranjo

Tânia Laranjo

Jornalista

O espetáculo de Sócrates

11 de setembro de 2025 às 00:30

Sócrates prossegue no julgamento como se ainda estivesse na Ágora, respondendo com perguntas, atacando quem o interpela e assumindo a pose de virgem ofendida. Ontem, o seu advogado apresentou um requerimento que raia o absurdo, numa tentativa de inverter a lógica processual. A conceção de direito de Sócrates é muito própria: um palco onde ele é o protagonista e onde os magistrados são réus, na sua visão distorcida, sentados no banco da humilhação. Não satisfeito em reclamar inocência, quer também ditar as regras do interrogatório. Tentou impedir - para sempre - as perguntas da acusação, alegando que violam a presunção de inocência. O julgamento, para Sócrates, não é um processo judicial: é um espetáculo em que só ele pode falar, e todos os outros devem calar-se. Como fez durante anos, quando pensava que o poder conferido pelo povo era eterno. 

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Justiça perigosa

O Estado hesita, e nessa hesitação perde-se algo essencial: a ideia de que a lei não é decorativa. Porque a Justiça que tarda não é apenas injusta - é perigosa.

Violência doméstica

Enquanto o debate público insistir na culpa da vítima e não na responsabilidade coletiva, continuaremos a falhar - às mulheres, às crianças e à própria ideia de justiça.

Escrutínio é fundamental

Quando estão em causa políticos, a prioridade deveria ser sempre a clareza, a confiança e a responsabilização.

O Correio da Manhã para quem quer MAIS

Icon sem limites

Sem
Limites

Icon Sem pop ups

Sem
POP-UPS

icon ofertas e descontos

Ofertas e
Descontos

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8