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Eduardo Dâmaso

Eduardo Dâmaso

Jornalista

A novela de Sócrates

12 de novembro de 2025 às 00:31

José Sócrates começou por defender-se com recursos para todo o lado. Depois abraçou o mundo das recusas dos juízes. O único que lhe deu saída foi o seu colega de banco dos réus, Rui Rangel, ator de uma sinistra página da justiça. Agora, descobriu o filão das renúncias da sua própria defesa. É a sua nova novela. Para já, ganhou 20 dias que, na realidade, serão uns bons três meses, com as férias judiciais pelo meio. Mas espera-se o pior. Quando tiver um novo advogado, se não for o próprio Delille, a primeira coisa que vai fazer é pedir umas semanas ou meses para estudar o processo. Sócrates tem uma narrativa de vitimização que exigiria a admissão de uma estupidez coletiva para acreditar nele. O tribunal tem sido benevolente mas, daqui para a frente, seria melhor centrar-se na celeridade e firmeza. Afinal, Sócrates é a melhor prova de que o processo penal não só não é tirânico, como, pelo contrário, tem demasiadas previsões de indolência processual. Como boa peça remendada anos a fio por maiorias políticas que sempre funcionaram no velho paradigma classista de que a prisão é só para o povão.

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