Carlos Rodrigues
DiretorO líder do PS não se reviu na crítica que ontem aqui lhe deixei, sobre um certo imobilismo do partido no tema da lei laboral, em particular sobre as restrições à amamentação. Ora, é relevante reconhecer, com efeito, que José Luís Carneiro pediu, logo a seguir à entrevista da ministra do Trabalho ao ‘JN’ e à TSF, a 3 de agosto, que o Governo explicasse quantos casos de abusos existem, e disse que a proposta do Governo “é algo desumana”. Só que o meu ponto não era saber quem falou primeiro. Trata-se, sim, do impacto causado pelo tema, porque a lei do trabalho não se joga só nos direitos de amamentação. Como temos vindo a detalhar nos últimos dias, aqui no CM, estamos perante uma proposta que altera profundamente uma das realidades mais importantes da sociedade - as relações do trabalho.
Há um vastíssimo conjunto de mudanças, das garantias de estabilidade no emprego à duração dos contratos, passando pelo teletrabalho, pelas férias, pelos contratos coletivos ou pelos despedimentos. Ora, perante esta reforma profundíssima - má ou boa, depende da perspetiva -, o PS tinha tudo a ganhar se chamasse a si a centralidade do debate, em defesa do equilíbrio de poderes entre as empresas e os trabalhadores. E isso não está a acontecer, criando a ideia de que o sucesso ou insucesso das propostas depende da posição do Chega. Também aqui, as perceções são relevantes, porque se não percecionamos a alternativa, ela, efetivamente, não existe.
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Por Carlos Rodrigues
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