Faz algum sentido sugerir que o Portugal de hoje está pior do que o Portugal de há 51 anos, o Portugal anterior ao 25 de Abril de 1974? Não, não faz qualquer sentido. Mesmo somando todas as deficiências, fragilidades, falhas e atrasos da nossa sociedade e da nossa democracia – e sim, são ainda demasiados, mais do que seria esperado e desejável –, é impossível afirmar, com justiça e objectividade, que este meio século de regime democrático foi um fracasso, foi tempo perdido e desperdiçado. Essa é a tese que André Ventura tenta fazer vingar desde que fundou o Chega. A estratégia é básica (não confundir com ineficaz) e segue um guião partilhado pela grande maioria dos partidos de natureza extremista e populista: um discurso assente no exacerbamento da frustração e do descontentamento dos cidadãos (apontando exclusivamente ao que está mal e ignorando o que está bem), a instrumentalização do protesto, o apelo ao desmantelamento de um alegado sistema podre e corrupto e, por fim, a promessa de uma espécie de refundação do regime, que resgatará e dará voz a todos os descontentes e excluídos, e que porá a sociedade finalmente “na ordem” – sem nunca explicar como o faria. Rui Rio assinalou isso no almoço dos 51 anos do Partido Social Democrata, ao destacar o papel dos chamados partidos tradicionais na construção de um país que é hoje, apesar de tudo, incomparavelmente melhor do que era em 1974.
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