Anteontem fomos apanhados sem prevenção pela ordem das coisas e pela morte de Luis Fernando Verissimo (1936-2025). Ambas as coisas estão ligadas. Verissimo, que completaria 89 anos no final do mês, não foi um dos maiores autores da nossa língua porque nos fazia rir com os seus textos, mas porque eles estavam cheios de pessoas, casos, surpresas, ternuras diabólicas, tipos cómicos ou a quem ele arrancava a solenidade. Estavam cheios dos outros: nós todos. Ele era uma coisa, guardada para dentro; os seus livros (crónicas, pequenos romances, colunas de jornal) eram outra, prestavam atenção aos outros e nunca poderiam ser sobre si mesmo. Inventou personagens magníficas (Ed Mort, o analista de Bagé, Dorinha) e ria da ordem das coisas. Para isso, serviu-se de uma língua nova, gaúcha, mistura de tiques, desejos, distrações e atrevimentos. Discreto, cultíssimo e silencioso como os tipos de imenso talento, Luis Fernando foi um dos grandes cronistas do Brasil. Estava doente há uns tempos. É a ordem das coisas, a malvada.
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Não sendo Mariana Mortágua a única culpada, o BE ficou neste estado.
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A literatura, o cinema e a televisão estão cheios de Nova Iorque e a maior parte dos seus visitantes nem precisa de a visitar, de tal modo participam dessa mitologia.
Cartas dos escritores são uma fonte de felicidade para os seus melhores leitores.
Há anos que aqui escrevo sobre a tragédia sudanesa e nunca esperei que os profissionais da indignação ou a tralha anti-semita europeia se preocupassem com as vítimas africanas.
"Ventura quer propaganda à borla nos media, e há media que caem na esparrela".
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