Melros nas oliveiras. Somos um país com esse retrato pendurado na parede. É um dos mais belos poemas de Alexandre O’Neill: “Minho verde, Algarve de cal,/ jerico rapando o espinhaço da terra,/ surdo e miudinho,/ moinho a braços com um vento/ testarudo, mas embolado e, afinal, amigo,/ se fosses só o sal, o sol, o sul,/ o ladino pardal,/ o manso boi coloquial,/ a rechinante sardinha”, e por aí fora. Comparado com isso (“Doceiras de Amarante, barristas de Barcelos,/ rendeiras de Viana, toureiros da Golegã…”) as notícias policiais são um incómodo. Acontece que temos – há anos – as fronteiras pintalgadas de narcotraficantes e os bairros das cidades coloridos de crimes duros. As estatísticas são suaves (somos um país mediano), mas não prenunciam nada de bom ou de realmente novo. A decência manda que falemos dos melros nas oliveiras, e dos futuros campeonatos de futebol, enquanto os cadáveres e as drogas ainda não apreendidas se acumulam nas traseiras. “Ó Portugal, se fosses só três sílabas/ de plástico, que era mais barato!”
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