Em 1975, Milan Kundera decidiu que estava obrigado a viver em França e a deixar Praga. Até essa altura tinha publicado dois livros importantes, ‘A Brincadeira’ e ‘O Livro dos Amores Risíveis’ – nenhum dos dois especialmente apreciado pelo regime checo, que em 1979 lhe retira a nacionalidade, um ano depois de ter publicado ‘O Livro do Riso e do Esque- cimento’ e quatro anos antes de publicar ‘A Insustentável Leveza do Ser’ (1983), que fez parte da nossa adolescência, situado em Praga em 1968, o ano em que aquela geração enfrentou a agressão soviética – e em que a revolução falava também de sexo, religião, família, passado e presente. Não há outro livro tão forte nesses anos. Recordo a sua leitura a meio da década de 80 e a injustiça de a academia Nobel nunca ter escolhido Kundera para ‘o prémio’ (Jorge Luis Borges também não o teve, é uma nobre galeria), temerosa de afrontar as inconveniências políticas e a pressão da es- querda, nem quando publica ‘A Imortalidade’ (1990), o seu derradeiro grande livro. Um dos crimes do comunismo, e uma das suas coisas mais imbecis, foi a perseguição a Kundera – um dos escritores mais inquietos e talentosos do nosso tempo. Não lhe ter sido atribuído o Nobel foi outro crime, mas só risível e anedótico.
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