A abrir o seu livro, João Miguel Tavares (JMT) relembra uma entrevista de J. Rentes de Carvalho em 2016: “Como personagem romanesco é uma mina de ouro.” Refere-se a José Sócrates, que foi primeiro-ministro, e de quem JMT faz o retrato rigoroso num primeiro volume de 550 páginas (‘José Sócrates. A Ascensão, 1957-2005’, Dom Quixote). A partir de agora, com este material disponível, fica mais fácil escrever a ficção, onde tudo pode inclinar-se para uma sequência burlesca, à maneira de Balzac, ou para um final trágico, ainda imprevisível. JMT não cai na armadilha da indignação ou do panfleto, apesar de retratar o trauma de um país pequeno, fascinado pelo vandalismo de Sócrates, que se percebe à légua; pelo contrário, mostra como a ambição deste homem era tão lusitana e explosiva: nem a verdade, nem a sensatez, nem o sentido das proporções lhe puderam resistir; pelo contrário, manteve-se no poder contra todas as evidências. A ascensão de Sócrates foi desenhada por um geómetra louco e este livro mostra como o permitimos.
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