Limitou-se a cumprir ordens e não tinha formação específica. Marco Pontes, motorista de Eduardo Cabrita, então ministro da Administração Interna, foi o elo mais fraco e foi ele o único culpado. Fazia o que lhe mandavam, circulava à velocidade que lhe era imposta, mas quando matou Nuno Santos, de 43 anos, que trabalhava numa obra da A6 mal sinalizada, não houve ninguém que o acompanhasse no banco dos réus. 14 meses de pena suspensa que só não dividiu com a vítima porque ela infelizmente não tinha sobrevivido. É assim a vida real: quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão, já diz o provérbio onde os mais fracos são sempre os principais derrotados. Também foi assim no Tribunal de Évora, onde se disse que a culpa foi de Marco e de Nuno. Nem uma palavra para o governante ou para as velocidades excessivas dos veículos do Estado.
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